quarta-feira, março 16, 2011

a continuação do projeto

Eu continuo cozinhando... as receitas dos livros e outras coisas... mas assim, sem muito critério e organização.
Agora, com o retorno da amiga Kati, vamos retomar o projeto. De verdade!
Eu quero deixar registrado que aprendi a fazer bobó de camarão, que ficou muito, mas muito bom! E também que eu (com a nobre ajuda da minha mãe) fiz toda a ceia do natal, para toda a família...
O livro já tá com um monte de Post It... mas ainda nada que seja digno de comentários... é isso!

quarta-feira, julho 07, 2010

Macarrão conchinha com bacon e ervilha

Eu de licença em casa por causa de uma tendinite iniciei os trabalhos da comilança com um macarrão de conchinha (aquele de sopa mesmo) com bacon e ervilha. Fiz uma adaptação com o tal creme bleblublu que ele manda colocar e mandei um creme de leite mesmo. Fiz uns bifes de maminha com pimenta do reino e uns champignons na manteiga pra acompanhar, mas isso foi por minha conta mesmo.
Ficou muito gostoso e eu vi minha avó colocar comida no prato pela terceira vez morrendo de orgulho! Comemos eu (que amei), véia mãe (que amou), vó Luzia (que comeu como há muito tempo não comia), Betânia (que não se empolgou muito por que tá com muito medo de engordar), Fran (que gostou, mas não se empolgou tanto assim) e o Vi que não quis nem experimentar....
Valeu a experiência, e seguindo a regra do livro Revolução na Cozinha do Jamie Oliver, a receita foi devidamente repassada pra mais duas pessoas.

eu e a comida...

Já percebi que sempre que algo me falta - ou sobra - eu desconto na comida. Faço dela uma terapia, muito embora, já tenha ouvido de vários terapeutas que isso não é correto, e os vários quilos a mais que eu acumulei pela vida me provem que realmente não é o melhor a se fazer...
Eu só não consigo imaginar nada diferente pra me fazer feliz em momentos de tensão. Tipo, vou dar uma corrida ou comer palitos de cenoura...?? ah, não. Sem condições...
Então, eu, Magali que sou descobri que além de comer, adoro cozinhar. Acho ótimo limpar um bom pedaço de carne, cortar mil cebolas, inventar molhos, temperos, saladas. E invariavelmente eu amo o que eu cozinho! Acho que fica sempre perfeito - pro meu paladar doido.
Eu também amo e preciso de amigos e família ao meu redor. Gosto de fazer com que eles se empanturrem com a minha comida! Eles nem sempre amam - assim como eu - a comida que eu faço, mas eu continuo tentando agradar, o que é fantástico pra mim e, imagino, nenhum esforço assim tão absurdo pra eles.
Outra coisa pela qual eu sou apaixonada é ver programas de culinária. Qualquer um deles. Dos mais sofisticados aos mais simples, eu adoro ver comida sendo preparada! Mas de todos, existem dois que assisto com especial carinho. Um é o da Nigella, por que ela se parece muito comigo. Ela gosta de comer o que cozinha. E cozinha pra comer pelo prazer, primordialmente. Depois pra se alimentar. Ela come com a boca boa. Me faz ter vontade de comer o que ela cozinha. O outro é o Jamie Oliver. Mas esse aí já é um caso de amor eterno. Ele é lindo e cozinha com uma facilidade incrível. Parece que ele vai fazer a maior bagunça e o prato vai desandar todo e no final das contas, Voilá! Um prato lindo, saboroso... quase dá pra sentir o cheiro pela televisão.
Enfim, juntando todas essas coisas - a paixão pela comida, a vontade de cozinhar pros outros e a minha admiração pelas duas figuras aí, resolvi comprar uns livros com as receitas deles e a idéia é fazer, tudo que der, das receitas que estão ali.
Comprei post-its pra marcar as páginas das receitas feitas, e pretendo fazer um pequeno registro, nada muito oficial, a princípio, das experiências que eu tiver.
E bom apetite e boa sorte pra quem for embarcar comigo nessa bagaça!

domingo, abril 25, 2010

paixão

E eu cheguei à conclusão que a paixão é a culpada de minhas atitudes impensadas.
Mas a paixão é buscada por mim incessantemente. Eu não admito ficar numa situação em que eu não esteja apaixonada por que isso me interrompe.
Eu não sou sem ser apaixonada. Eu não tenho a cenoura pendurada na frente do burro. Eu não sei seguir em frente.
 A época mais triste da minha vida foi quando eu não estava apaixonada por ninguém... numa música bonita eu não pensava em ninguém... filme de chorar, ninguém...
E eu cheguei à conclusão de que a minha vida esteve parada durante esse tempo. Eu preciso da cenoura na frente do burro... mesmo que ela não seja de toda boa.
Consegui criar táticas pra me proteger das coisas ruins que a paixão me proporciona, e tenho me saído bem...
Se está certo e errado, eu não sei dizer. Mas tenho estado feliz. Não tenho me sentido vazia. E isso tem sido bom.
Whatever, então!!!!

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Noite vermelha (01/08/2007)

Foi essa noite que você esteve aqui.
Disso eu tenho certeza. O que eu ainda não consigo distinguir bem é se, na hora que você esteve presente, eu estava dormindo ou acordada.
Foi o cheiro da sua pele que eu senti. Disso eu tenho certeza. Foi o seu braço que me abraçou. Foi a sua mão que me apertou. Definitivamente foi.
O gosto era o da sua boca. O som era o da sua voz. Eu sei. Eu sei também que não me espantei com a sua chegada, como se ela fosse esperada, por alguma razão. Talvez por que a sua presença em meu pensamento tenha se tornado tão constante. De alguma forma eu sabia que você viria. E sabia que seria tudo como eu queria. E como eu queria era exatamente como você queria e por isso foi perfeito. Foi completo. Pleno.
Nada sobrou e nem faltou. Dessa vez, nessa noite nada e nem ninguém nos interrompeu. Tivemos o tempo que desejamos. E foi bom por que a gente se bastou. Nossas presenças se completaram.
Eu sei que você esteve ali. Bem ali, comigo. Na minha cama. Não sei ainda se foi um sonho de quando eu dormia ou se foi o sonho de quando eu ainda estava pensando nas coisas que eu quero. E eu quero igual o que aconteceu nesse sonho. Igual a essa noite. Noite que embora fria, deu calor. Quente meio vermelho! Vermelho de uma paixão que talvez eu tenha criado, talvez tenha sonhado e bem provavelmente tenha querido.
Você esteve aqui essa noite e bem podia voltar mais uma vez. Ou duas... ou três... ou dez ou mil. E podia vir de verdade e pintar mais uma vez, de vermelho, a minha noite.

quarta-feira, novembro 25, 2009

O dia que eu perdi o amor da minha vida...

Eu tenho as melhores lembranças possíveis dele. De tudo que a gente teve, o pseudo namoro mais sério que eu já tive. E um dos melhores relacionamentos da minha vida.
Há muito que ele é o meu padrão de beleza. Se o cara tiver qualquer coisa que me lembre ele, já é motivo pra eu me interessar. Muito.
Vira e mexe, eu me esbarrava nele por aí. Ele trabalha perto de onde eu trabalho, então, algumas vezes na hora do almoço, ou na rua mesmo, em restaurantes. Eu sempre percebia ele de longe e aí minhas pernas já bambeavam.. algumas vezes que eu queria fugir, outras eu ia de encontro a ele, mas invariavelmente eu tinha “tremiliques”. Ficava toda apaixonadinha de novo e coisa e tal.
Outro dia desses, por alguma razão eu fiquei me lembrando e contando pra uma amiga sobre esse meu pseudo namoro e como eu não conseguia – e nem consigo ainda – entender por que eu não tinha me dedicado mais àquilo. Foi tudo tão bom... uma época tão feliz da minha vida. Eu tava tão bem comigo, bem resolvida e tal...
O relacionamento terminou de uma forma tranqüila. Não ficou nenhum tipo de pendência. De nenhuma parte. Depois disso, eu me casei, ele se casou. Eu tive meu filho, ele veio me visitar... A vida passou.
Mas, como eu disse, invariavelmente, toda vez que a gente se encontrava por acaso eu tremia. Meu padrão. Amor da vida! Seria pra sempre.
Mas hoje eu perdi o amor. Eu ainda dei uma olhada nos bolsos, no forro rasgado da bolsa. Olhei nas gavetas e refiz meu caminho olhando pro chão pra ver se, por acaso, o amor não tinha ficado por ali... foi muito estranho.
Olhando de longe eu pensei: “ei, aquele carinha me lembra o jovem mancebo!” “olha, é bonitinho! Me lembra mesmo o rapazinho!” e continuei caminhando na direção da pessoa. Era meu caminho, ora! “gente...” . Ele me olhou de relance e depois firmou o olhar. Abriu um sorriso. Eu: “não é possível!”. Um sorriso amarelo foi surgindo no meu rosto. Minhas sobrancelhas deviam estar arqueando de uma forma esquisita. As abinhas do meu nariz se abriram... Todas as reações físicas de uma pessoa muito, mas muito assustada com o que estava vendo...
Meu deus! Era mesmo o camarada... quer dizer, era meio camarada por que ele ta muito, muito magro mesmo. Na verdade ele ta tão magro que eu reparei que o nariz dele é bem grande... nunca tinha visto isso. Ele ta tão magro que eu achei ele tão alto... lembrava disso também não. Tão magro que não era ele! Não era! Não faz o menor sentido!!!
Não sei se eu consegui disfarçar a sensação de “ei, devolve o amor da minha vida” que eu tive. Acredito que não. Eu sei que eu to acima do peso, mas céus, o cara ta um palito... Não era cara de doente nem nada, mas ele era tão bonito gordinho. Era perfeito. Era o padrão...
Eu ainda estou inconformada... um papinho de elevador (como vai todo mundo? Tem visto um pessoal? Manda um beijo pra sei la quem) e eu não resisti e comentei o quanto ele estava seco. Eu usei esse termo “seco”. Foi o melhor que eu consegui. Eu ia falar que ele tava horrível? Mas ele tava tão esquisito que minhas pernas não tremeram. Nenhuma borboleta voou no meu estomago. Não tive tremiliques...  Mandei um “deixa eu correr” e praticamente corri. Eu estava chocada.
Será que eu não amo mais ele (quando eu digo amo, quero dizer paixãozinha de tremer as pernas, nada que me faça sofrer) por que ele ficou magro? Por que ele, definitivamente, deixou de ser o meu padrão. Não posso nunca dizer que ele está feio. Não ta. Tá lindo, mas uuurgh...
Cheguei a conclusão de que sofro de complexo de Édipo. Meu pai é gordinho e por isso o meu padrão masculino é esse. O amor da minha vida é gordinho. Mas o camaradinha emagreceu... então, ele não é mais o amor da minha vida. Sniff... Pode ser preconceito de minha parte, mas eu repito: O amor da minha vida é gordinho. E a vaga está aberta!


quarta-feira, novembro 18, 2009

a melhor viagem da minha vida

Em meados de maio eu comprei uma passagem para Europa pela CVC. Eu queria ir de novo... eu precisava ir de novo. Aquilo é bom demais! Minhas expectativas estavam no auge. O problema é que eu paguei a passagem e ainda teria que juntar a grana pra viajar... e o euro e as libras nas alturas...
Tive que abrir mão da viagem, por prudência. Eu ficaria muito endividada, e pior depois não ia conseguir ter grana pra viajar com o Vi. Tive um sentimento de perda enorme quando meus amigos, que seriam os meus companheiros de viagem, partiram. Que vontade de ir junto!
Mas, enfim, fiz a troca da passagem por um pacote para um resort na Praia do Forte, na Bahia, pra mim e pro Vi. Minha mãe, minha irmã, uma prima e duas tias resolveram se juntar a nós, e eis que foi montada a viagem mais perfeita dos últimos tempos.
Com a ajuda preciosa de um comprimido de rivotril, a viagem de avião foi muito tranqüila e de repente eu me vi num paraíso.
O lugar é maravilhoso! Piscinas, piscinas e mais piscinas! Um mar fantástico. Os quartos lindos! Bares espalhados por todo o hotel, drinks sendo oferecidos aos hospedes que estavam chegando. E a simpatia típica dos baianos.
Não vou mencionar a qualidade dos serviços oferecidos, nem a quantidade de comida que está a disposição o tempo todo, nem os drinks mais variados, não. Nada disso.
Quero só mencionar o tanto que o coração de uma mãe fica feliz em ver seu filhote pretinho de sol, com um sorriso de orelha a orelha, se emocionando ao se despedir dos amiguinhos e dos “tios” do clubinho. Ouvir os “tios” dando conselhos do tipo “continue sendo esse cara bacana”e “parabéns por ser um carinha tão esperto”! E o melhor de tudo foi ele olhar pra mim, sorrindo e dizer: “foi a melhor viagem da minha vida!”
Valeu mais do que qualquer Europa!


terça-feira, setembro 08, 2009

...

Eu não tenho absolutamente nada pra dizer.
Eu falo tudo o que eu tenho pra dizer. Nao guardo mais... as coisas não amadurecer pra nascer no papel. Elas saem da minha boca.
Há algum tempo tenho pensado em algo pra escrever, mas quanto mais eu penso nisso, menos ideia eu tenho...
Qquando eu leio coisas passadas me acho muito pouco interessante. Não gosto muito de me ler. Me vejo patética, uma idiota total, e talvez ate mesmo por isso, eu esteja me travando.
No futuro, qualquer coisa que eu escreva hoje vai ser algo do passado e eu vou me achar patética de novo.
Mas que coisa idiota isso que eu escrevi hoje...

sábado, março 14, 2009

Chegou a Luiza!!!!!

Menininha
Vinícius de Moraes/Toquinho


Menininha do meu coração
Eu só quero você
A três palmos do chão
Menininha não cresça mais não
Fique pequenininha na minha canção
Senhorinha levada
Batendo palminha
Fingindo assustada
Do bicho-papão

Menininha, que graça é você
Uma coisinha assim
Começando a viver
Fique assim, meu amor
Sem crescer
Porque o mundo é ruim, é ruim e você
Vai sofrer de repente
Uma desilusão
Porque a vida é somente
Teu bicho-papão

Fique assim, fique assim
Sempre assim
E se lembre de mim
Pelas coisas que eu dei
Também não se esqueça de mim
Quando você souber enfim
De tudo o que eu amei.


Homenagem à Luiza, minha sobrinha de coração, filha do Durval e da Namorada, que chegou ontem, 13/03/2009.
Seja bem vinda, florzinha!!

quarta-feira, novembro 26, 2008

Pra minha amiga Cris!!!

Ser mãe é a coisa mais bacana que pode acontecer com alguém! Tudo! Cada parte disso, desde o comecinho!
Desculpem, meninos, mas vocês, pelo menos por enquanto, com a tecnologia disponível hoje, ainda não poderão passar por isso!

A mera possibilidade de "fazer uma pessoa" já é por si só, uma coisa muito louca. Quando você começa a perceber que aquilo que, a princípio, é só um resultado de exame - com um monte de números - que o seu médico traduziu como uma gravidez, tem um coração que bate (e bate forte), você muda o seu jeito de encarar a vida. De uma forma geral.

Quando um bebê se mexe dentro de você é uma das sensações mais gostosas que um ser humano pode sentir. É massa demais!! (tirando quando eles já estão mais grandinhos e resolvem se espreguiçar, e daí a sua barriga fica parecendo alguma coisa disforme por causa de uma cabeça que empurra o seu umbigo pra fora e um pé que se enfia por baixo de suas costelas e te impede de respirar por alguns segundos) (ou então quando eles ficam com soluço e a sua barriga fica pulando junto com eles por quase um dia inteiro, e é muito engraçado e divertido no começo, mas depois fica meio chato).

Mas a proximidade do nascimento da criança, além de abalar a estrutura mental e sentimental da mãe (não venha me dizer que o fato de a sorveteria não ter o sabor de sorvete que você quer não é um motivo totalmente razoável pra se chorar), passa a te dar também um certo medo da hora H. A tal hora do parto.

Tudo é muito tenso! Eu, por motivos alheios à minha vontade, não pude ter um parto normal (eu não sei como é uma contração ou uma dor de contração, sortuda, eu, né?), mas se eu pudesse, teria optado por uma boa cesariana com todas as anestesias que eu tenho direito! Existem formas bem científicas e precisas pra não correr o risco de fazer um parto antes da hora ou quando o bebê ainda não estiver pronto. Não é tão agressivo assim.

Acho lindo e louvável as mulheres que querem e fazem questão de passar por todo esse sofrimento do parto, por que "é melhor pro bebê" ou por que é "natural". Desculpe, mas fazer passar uma melancia por um lugar por onde mal passa um limão não é a minha concepção de um acontecimento natural, então, cortem a minha barriga, com bastante anestesia antes e não precisam filmar, ou descrever o que está se passando lá por baixo do lençol que nos separa daquele mundo bizarro de sete (vejam bem, sete) camadas de tecido e muito sangue.

Torça pra ter do seu lado algum anestesista ou enfermeira bem humorados que tire o seu foco da conversa dos médicos que é mais ou menos assim: “...olha, cuidado ali, ta sangrando muito...” “...você viu aquele filme que estreou ontem? Dizem que é muito bom - me dá a pinça – é com aquele ator que ganhou – bisturi – o Oscar com aquele outro filme – põe mais gaze aqui pra tampar esse buraco – que a gente viu lá na casa da Mariazinha...”.
O seu nervosismo aumenta a cada segundo. Nada dói. Nem a anestesia, na verdade, que pode parecer alguma coisa muito agressiva, uma vez que vão enfiar uma agulha de um tamanho considerável entre as vértebras da sua coluna, mas você ta tão preocupada com o fato de estar pelada numa sala com um milhão de desconhecidos que ocasionalmente verificam se a sua periquita raspada do jeito certo e o anestesista que te manda curvar as costas, abraçando o joelho – como se isso fosse possível (!) (meus peitos estavam tão grandes que eu não conseguia nem respirar quando na posição horizontal e a minha barriga tão absurdamente enorme que o meu centro gravitacional estava muito longe do original - isso é verdade – por isso as grávidas ficam meio desequilibradas, no sentido do equilíbrio mesmo), que você nem sente quando a tal agulhona entra.

Mas aí, no meio de toda aquela confusão, pessoas andando de um lado para o outro, bips de máquinas soando pela sala, aparelhos apertando o seu braço pra aferir a pressão a cada minuto e o dedo para os batimentos cardíacos e ainda o anestesista que resolve dar uma mãozinha e monta em cima de você e empurra com muita força mesmo a sua barriga pra baixo (o que te impede mais uma vez de respirar), no meio disso tudo você escuta um chorinho. Que começa meio fraquinho e vai ficando alto e alto e mais alto, como que alguém reclamando de alguma coisa do tipo: “eu tava quentinho e curtindo um barato por causa daquele remédio que vocês me deram e daí vocês me tiram pra esse lugar absurdamente claro e frio??? Me devolve lá pra dentro!!” Quando o pediatra vem te mostrar a fonte de tamanho barulho a sua vida muda de novo.

Mais um momento se congela na sua memória para sempre e você percebe que aquele carinha que te empurrava lá de dentro, e se mexia quando você ficava em uma posição que o desagradava e que algum tempo atrás era só um monte de números num resultado de exame, é agora a criatura mais perfeita que habita o nosso planeta! Você não se incomoda nem um pouco com todas as melecas nas quais ele está envolvido, nem com a carinha amassada que ele está e nem com o narigão enorme que ele tem. Ta lá a criatura mais perfeita já feita. Você não chora por que quer. Você simplesmente perde o controle de todos os seus sentimentos, chora, ri, fala coisas sem sentido e tudo o que você quer é que coloquem pra dentro da sua barriga o que deve voltar pra lá, joguem fora no lixo o que deve ser jogado, limpem aquela belezura nos braços daquelas pessoas desconhecidas, me costurem de volta (todas as sete camadas, por favor) e me levem pro quarto, onde eu vou poder lamber a minha cria. Acho difícil existir uma outra situação que gere uma emoção parecida com a de parir!

Até hoje eu me emociono de lembrar, de saber ou assistir casos dos outros e de imaginar uma criança vindo ao mundo!!

Agora, é bom que se saiba que o relógio nos prega uma peça depois que a gente passa por isso, e as coisas se aceleram de tal forma que se você se distrair, a partir daí você fatalmente vai perder alguma coisa. Um primeiro sorriso, uma primeira palavra, primeiro passo, andar de velotrol, de bicicleta - agora sem as rodinhas, “eu já sei escrever o meu nome” e até se surpreender quando o seu bebezinho – aquele narigudinho que a moça te mostrou naquele dia – chegar em casa feliz contando que a menina por quem ele é apaixonado na escola não namora mais o seu melhor amigo... e que quando ele for beijar ela, vai ser daqueles beijos que “roda a cabeça”. E a vela que esteve em cima do último bolo de aniversário marcava apenas 5 anos.

Aproveitem! Tenham filhos! Muitos deles! E sejam pais legais!

Texto escrito em 2006

quinta-feira, março 27, 2008

A um ausente

Tenho razão de sentir saudade,
tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste
e sem te despedires foste embora.Detonaste o pacto.
Detonaste a vida geral, a comum aquiescência
de viver e explorar os rumos de obscuridade
sem prazo sem consulta sem provocação
até o limite das folhas caídas na hora de cair.

Antecipaste a hora.
Teu ponteiro enloqueceu, enloquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave
do que o ato sem continuação, o ato em si,
o ato que não ousamos nem sabemos ousar
porque depois dele não há nada?

Tenho razão para sentir saudade de ti,
de nossa convivência em falas camaradas,
simples apertar de mãos, nem isso, voz
modulando sílabas conhecidas e banais
que eram sempre certeza e segurança.

Sim, tenho saudades.
Sim, acuso-te porque fizeste
o não previsto nas leis da amizade e da natureza
nem nos deixaste sequer o direito de indagar
porque o fizeste, porque te foste.

Carlos Drummond de Andrade, falando por mim

segunda-feira, novembro 05, 2007

12 de outubro

Era a festa.
A do 12.
12 de Outubro.
De 2007.
Uma festinha bacana, com alguns amigos.
Uma festa em uma cidade histórica. Bonita, linda!
Uma casa cheia. Bem cheia. Não era bem assim, lotada, mas com bastante gente.
O quarto lotado. Esse sim, lotado! Muito divertido!
A cerveja gelada. Muito gelada. O tempo todo gelada! E disponível sempre.
Muitos sorrisos e gargalhadas sem fim.
O esforço de se descer uma ladeira “daquelas” pra tomar o café da manhã - a única refeição do dia pra grande parte de nós - e mais meio quilo de coxinhas pra agradar os que ficaram lá em cima, era invariavelmente recompensado com uma cerveja trincando de gelada.
Tudo bem que fosse 8:45 da manhã! O sol tava forte e a garganta seca da “escalada”. A cerveja era merecida e nunca é cedo demais!
E assim começava mais um dia do churrasco eterno que é a festa do 12;
Uma música ao fundo que algumas vezes agradava, outras não, mas que tornava o ambiente pra lá de caseiro.
Um leve cheiro de carvão indicando que daqui a pouco seríamos servidos de alguns pedaços de carne pra salgar o nosso estômago e nos salvar de uma bebedeira ainda maior.
Muitos amigos. Amigos velhos e amigos novos. Meros conhecidos que em pouco tempo já estávamos convidando para nossa casa e que sabemos, por que a história já mostrou, ficam mesmo como amigos na nossa vida.
Os anfitriões tão cuidadosos. E que mesmo assim, não deixaram de se divertir por nem um minuto. Até mesmo varrer a casa às 7 da manhã parecia um grande barato.
As garrafas amigas e as inimigas... e as conseqüências delas.
As malas prontas pra irem embora.
Uma sensação ruim de dizer tchau pra quem vai ainda antes da nossa festa terminar.
O muro de engradados no qual a gente subia pra fotografar quem escalava a ladeira daquela igreja rumo à rodoviária. Aquele último tchauzinho que era muito dolorido pra quem ficava lá, ainda cercado dos amigos, mas que era pior ainda pra quem já partia pra vida real...
O carnaval combinado, o 12 do ano que vem já marcado e a nítida certeza que eu dividi com vocês a melhor festa da minha vida!
O churrasco eterno inesquecível!!

quinta-feira, setembro 20, 2007

olhos fechados

Meus olhos estavam bem abertos e eu ia vivendo as coisas da vida sem esperar por nada. Aí, ele veio e me beijou de brincadeira. E eu fechei os olhos e aproveitei o beijo. Quando eu abri meus olhos eu já esperava por ele e queria sempre que ele chegasse.

Meus olhos estavam bem abertos e eu enxergava uma situação que todos me avisavam não ser boa, mas que, aos meus olhos, tinha um grande potencial. Mesmo quando os meus olhos se enchiam d’água. Então eu fechei os olhos. Essas lágrimas escorreram e eu esperei o melhor.

E aí, os meus olhos estavam bem abertos e eu me vi cercada de amigos, bons amigos, que me ajudavam, me faziam companhia, me ouviam e concordavam comigo. Foi quando veio a porrada pelas costas e eu fechei os olhos. Fechei os olhos pra não ver de onde vinha aquele golpe. Pra não entender porque ela estava ali. Deixei os olhos fechados pra não sofrer. E daí, eu abri os olhos. E quando eu olhei, vi a bagunça que estava feita. Vi um grande amor em pedacinhos, sangrando muito. Vi uma amizade verdadeira virando pó. E vi muito mais gente envolvida com a situação do que era realmente necessário.

E então, eu deixei os meus olhos abertos. Bem abertos. Eu precisava olhar tudo direito, analisar a situação sem água nos olhos, pra saber pra onde seria o meu próximo movimento. Assimilei tudo o que eu precisava com os meus olhos abertos e depois fechei. Fechei meus olhos pra pensar bastante. E deixei assim, meus olhos fechados por alguns instantes. Respirei fundo. Engoli amargo. Me vesti da melhor super-herói que encontrei dentro de mim e abri meus olhos de novo.

E quando abri, eu vi que meus grandes amigos continuavam ali. Que novos grandes amigos podem chegar a cada minuto. Gostei disso que eu vi. Mas vi também que apesar de as cicatrizes já não doerem mais tanto assim, elas trazem a lembrança do sofrimento e que elas ficam ali pra isso mesmo. Sofrimento a gente não pode esquecer. A gente aprende e guarda, mas não esquece. Vi também que um amor e duas amizades destruídas abalam a estrutura de qualquer ser humano. Mas de tudo, o mais importante que eu vi, foi que eu permaneço de pé e com os olhos bem abertos. E sem nenhum medo de fechá-los novamente.

quarta-feira, agosto 22, 2007

nada

Está errado! A frase correta não é “eu não tenho medo de nada” na verdade Nada me amedronta, me apavora, me entedia e perturba.
Não sei se é pior, mas tão ruim quanto Nada é a perspectiva de Nada. Que angústia que dá! Que desespero se nada acontecer. Nada acontece e nada parece querer acontecer.
Eu preciso de sentimentos, de acontecimentos. Tenho muito que fazer! Tenho ainda muito amor pra dar, muito carinho pra receber. Tenho horrores pra estudar e muito mesmo pra aprender. Mas e se nada acontecer? O que eu faço com todo o amor que eu tenho - que eu definitivamente não economizei e por isso sobrou, mas - que brota de mim como que água da fonte? Como eu vou conseguir fechar meus olhos, esvaziar a minha mente e dormir se nada me deixar receber carinho? E se por causa de nada eu não estudar? Como é que eu vou fazer pra aprender?
O que eu faço com esse tanto de energia parada em mim? Eu sou geradora de energia, se encostar em mim uma lâmpada, ela acende. Estou radioativa e perigosa!
Em qualquer momento esse marasmo vai provocar um vazamento de energia e vai acabar assustando muita gente, causando uma tragédia, destruição em massa.
Eu vou logo me preocupar comigo, antes que nada aconteça.

sábado, julho 28, 2007

ninguém entenderia

Ninguém entenderia. Nem se eu explicasse. Nem se eu fizesse gráficos e desenhos, apresentasse estatísticas e planos para o futuro. A única pessoa que sabe o que eu sinto sou eu. Só eu sei da agonia que eu sinto, do meu medo, da minha vontade. Só eu sei o quanto a minha consciência me reprime e o quanto a minha lucidez me incomoda.
Como alguém poderia entender que hoje, a dança intermitente de três sinais de trânsito me trouxe de volta de um devaneio louco que eu tive pensando em você?

domingo, julho 22, 2007

acho que vou escrever

Acho que vou escrever uma poesia. Traduzir meus sentimentos em rimas e métricas. Vou rimar amor com dor, saudade com vontade e beijo com desejo.
Ou eu posso escrever de vez uma carta de amor onde eu te conto que meu amor é tão grande que de vez em quando dói. Que todos os dias eu acordo com saudade e durmo com vontade de você. E que sonho o tempo todo como seu beijo, o único remédio para o meu desejo.
Ou então vou te falar logo tudo que eu sinto. Assim, de uma vez só. Vou procurar o momento certo e te falar.

terça-feira, julho 03, 2007

shame on me

Pena! Pena de você que deixou passar. Pena por não ter tido coragem de arriscar. Tá, que podia mesmo não ter dado certo... mas agora, nós nunca vamos saber. Pena de você ter tanta preguiça de se mexer, de sair do seu lugar, dessa sua zona de conforto, quando até o próprio conforto chega a ser questionável. Pena que seu coração não bate no mesmo compasso do meu.
Uma pena! De repente foi na hora errada e só! Cedo demais, será? Deveríamos nós já estar mais bem resolvidos? Livres das nossas amarras, com os nossos corações sem feridas abertas e apenas cicatrizes que ensinam, educam...
Ou quem sabe tarde demais? De repente é isso mesmo. O que a gente sentiu foi só um vento forte que chegou até abalar as nossas estruturas, mas que depois que passou, nossos alicerces se mostraram estar firmes e fortes. Pena!
Pena que eu te beijei com os meus olhos tão fechados. Tão fechados que não pude perceber que o sentimento só ia e nunca voltava. Pena que a minha vontade de ficar com você era tão grande que chegava a ser maior que os indícios de que nunca passaria daquilo que nós já tínhamos. Pena eu ter me enchido tanto de esperanças.Me dói pensar que nós deixamos passar um amor tão verdadeiro

segunda-feira, julho 02, 2007

a música

Enquanto eu tiver o seu sorriso ao chegar, eu não vou parar de chegar.
Enquanto eu puder te ver dormir, eu não vou te acordar.
Enquanto você fizer de mim inspiração, eu não vou te atrapalhar.
Enquanto eu sentir o meu sangue ferver quando eu encostar em você, eu não vou me afastar.
Enquanto você me der tanta paz, desiste, eu não vou te dar paz!

quinta-feira, junho 28, 2007

igual

Todo dia era sempre a mesma coisa. Aquela rotina batida, vida automática. O que mais me angustiava nem era a rotina em si, mas a falta de perspectiva de mudança. O medo de nunca, nada se tornar diferente. Mas acontece, que eu também tinha medo de mudar. Eu tinha tanto medo de mudança que comprava sempre o mesmo xampu, o mesmo creme, o mesmo perfume, as mesmas calcinhas na mesma loja. Quando ia para o seu trabalho, entrava todo dia no mesmo vagão do metrô. Encontrava lá as mesmas pessoas, o que a fazia crer que não era só eu que fazia as coisas do mesmo jeito sempre. O mesmo café da manhã, o mesmo almoço, as mesmas piadas, as mesmas conversas. O mesmo trabalho, discussões e brigas. A volta pra casa igual. O banho igual e o sono igual. Ela chegou a sonhar igual. Tudo igual.
Mas aí, tudo mudou.

segunda-feira, junho 25, 2007

Post # 100

Existe uma parte de mim que dói quando eu te vejo. Ela dói mais ainda quando eu te vejo e não posso te beijar.
Eu queria te beijar o tempo todo. O seu beijo é tão bom! A sua boca macia, sua língua quente, sua barba que me arranha. Sua mão que me segura com força. Seus braços que me apertam... Nós tínhamos que nos beijar toda vez que nos encontrássemos.
Eu não gosto de sentir o desconforto de não saber o que fazer com as mãos. De não saber que rumo dar para o meu olhar. De controlar meus instintos e não ir pra cima de você. O natural não é esse.