domingo, abril 30, 2006

vou escrever

Acho que vou escrever uma poesia. Traduzir meus sentimentos em rimas e métricas. Vou rimar amor com dor, saudade com vontade e beijo com desejo.
Ou eu posso escrever de vez uma carta de amor onde eu te conto que meu amor é tão grande que de vez em quando dói. Que todos os dias eu acordo com saudade e durmo com vontade de você. E que sonho o tempo todo como seu beijo, o único remédio para o meu desejo.
Ou então vou te falar logo tudo que eu sinto. Assim, de uma vez só. Vou procurar o momento certo e te falar.

sábado, abril 29, 2006

copiado, com os devidos créditos

Minha vida tem um buraco que não sei de que é feito. Era para tudo ser muito fácil, mas eu encasquetei de fazer tudo do jeito mais difícil. Meu problema sou só eu. Não me odeie por eu ser assim. Eu tenho a culpa de todas as culpas e, as que não tenho, tomo para mim. Eu tenho crises de segunda a noite porque me dá um vazio de não me achar. Eu tenho crises de quarta porque me achei e não gostei. Tem quem me ache sublime por tão alegre e tão melancólica assim. Eu me acho insuportável. Ok, e ao mesmo tempo a pessoa mais legal do mundo.

Eu não gosto que me escolham caminhos e fico puta porque há um tempo tenho deixado a vida escolher. Eu tenho tudo e às vezes me sinto completamente sem nada só porque a chuva cai e o sol não brilha. E se brilha, tem o maldito tom de amarelo a que eu chamo de pureza. Que eu já não sei se sei distinguir. Eu tenho medo de crescer e ao mesmo tempo cresci rápido demais. Eu me afobo e paro. Mas quando paro, fico afobada, porque acho que o tempo passou e eu não fui junto.

Porque você gosta de mim? Você me perguntou e se perguntou isso em um recado de voz. Eu não sei responder. Você gosta de mim por tudo o que eu sou e por tudo o que eu não sou. E eu sofro, porque não sei ser não sendo. Não ser é ser sem escolher. E eu gosto de escolher, lembra?

De verdade? Não sei porque te falo tudo isso. Acho que quero te convencer de uma vez que eu sou louca para poder agir feito uma sem o medo de de repente você descobrir que eu sou louca e de repente não gostar mais de mim. Ou quero te convencer que não existe porque gostar de mim. Só porque sou louca.

Você me pediu para escrever um poema para você. Mas para escrever poema, tem um lado meu que precisa de férias dos dedos ávidos por palavras que façam sentido sem beleza. Porque, afinal, as vezes eu acredito em beleza, as vezes não.

Sabe porque eu não me encontro? Porque por definição eu sou contraditória e quem é contraditória não pode se definir. Se não me defino, não sei quem sou, não me encontro. Mas se deixo de ser contraditória, deixo de ser eu e, logo, também não me encontro.

Me explica, porque você encanou de me encontrar?
- Myla Verzola -

quantas

Quantas luas eu vi hoje nesse céu de estrelas que tremem e piscam e fogem dos meus dedos que as querem contar?
E quantos eram mesmo aqueles pássaros grandes e negros que planavam ao redor de uma torre alta como se hipnotizados ou atraídos por uma radiação ou um ímã?
Quantas pessoas vieram na direção contrária, como que peixes contra a correnteza do rio para desovar, na saída do metrô, quando uma onda de gente distraída e com pressa anda sem olhar para os lados?
Quantas, das milhões de vezes que o meu pensamento foi te buscar, ele te trouxe de volta ou pelo menos chegou em um momento em que você pensava em mim?

quinta-feira, abril 27, 2006

tão

Tão, tão absurdamente cansada. Tão absurdamente sozinha.
Eu poderia pedir alguma coisa pra alguém, mas quem?
Quem me alcançaria? E eu? Esperaria por alguém?
Hoje não dá. Hoje não.

segunda-feira, abril 24, 2006

espera

O tempo passa e você não vem. Demora e nunca vem. Quando sem você, o tempo não passa, o dia não anda, a chuva não cai, o sol não cessa.
Um minuto teima em virar três.
A música nunca acaba.
Tudo em looping. Outro dia começa e tudo parece igual e você não vem.
Os carros mal passam lá fora. E até o vento se recusa a ventar.
A espera angustiante quase me mata. Parece que passou um mês e você não vem. E o pior é que ainda é hoje e nada de você.
Meu calor aumenta, minha sede é infinita e eu preciso beber seu beijo, mas cadê? Você não chega nunca?
A casa é pequena, a cama desconfortável e nada de você pra eu me aninhar em seus braços. Onde está você?
Oba! Você chegou!

domingo, abril 23, 2006

ahhhhhh

Eu tento me distrair, fazer o meu pensamento mudar de direção. Tento fazer com que não doa tanto ou então se doer, que eu não dê tanta bandeira e mostre para todos o meu sofrimento banhando em lágrimas sem fim e que tem como preço a pena dos outros, o que faz ficar ainda pior.
Eu tento até não beber pra não ficar tão vulnerável aos meus sentimentos, mas a verdade espalhada por todos os lados e encenada a cada minuto, puxa o foco da minha distração e me sinto como se fossem facas sendo enfiadas no meu coração.
Eu sei que eu estou ficando chata, embora tente fazer com que minha tristeza não influencie minhas amizades, mas não sei mais o que fazer. Se eu fico protegida na mentira da minha casa, sozinha dói muito e se eu saio pra verdade exposta dói ainda mais. Eu sei que já passei por isso antes mas eu não lembro o que fazer...

De Babe Lavenère

Tenho a impressão de estar esquecendo alguma coisa. Quando eu sinto isso, olho minha bolsa, meu casaco, meus brincos grandes de sempre. Estão todos comigo. Mas a sensação de que alguma coisa ficou pra trás continua. Você sabe o que é sentir isso? Sabe quando está tudo certo e você sente que está faltando alguma coisa? Quando alguma coisa que não se sabe o que é está fazendo falta? Quando o ser e o estar, de alguma forma, parecem insuficientes? Vasculho a minha lembrança e o meu esquecimento. E eu com esse gosto doce na boca. E, no corpo, certo entorpecimento de ter te tocado a pele a noite inteira, ao mesmo tempo sinto essa tristeza da despedida. Tenho a impressão de ter esquecido meu coração na sua cama.

quinta-feira, abril 20, 2006

fotografia

A imagem já está registrada como uma fotografia que só eu posso ver. E talvez seja melhor assim mesmo porque nenhuma outra pessoa no mundo saberia dar o valor que essa imagem tem.
Talvez algum dia eu tire mesmo uma fotografia dessa cena, mas por enquanto ela é só minha, por que só eu sei o que eu sinto até que se chegue àquela situação e como eu me sinto depois.
Só vale pra mim.

quarta-feira, abril 19, 2006

presente de sábado

Como disse uma vez uma poetisa que eu tenho o prazer de conhecer, hoje amanheceu segunda feira. Mas não pra mim.
Era segunda feira para todos os outros e eles saíam pra trabalhar ou estudar, a maioria deles com aquela cara de segunda feira, aquela mistura de preguiça com ressaca...mas pra mim amanheceu sábado com um sol suave e uma brisa gostosa. E eu ainda ganho um presente. Um presente de sábado. Com aquele cheiro de sábado, cheiroso. Aquele som de sábado e aquela sensação que todo sábado sonha em proporcionar. E depois de um dia com a pele linda e o sangue fino eu anoiteci segunda feira. Anoiteci a melhor segunda feira dos últimos tempos.

terça-feira, abril 18, 2006

equação

Queria conseguir colocar em números o que eu sinto. Seria uma equação complicada, essa minha. Teria que somar animação e ansiedade, diminuir insegurança, multiplicar o carinho e o amor que eu tenho pra dar, elevar ao meu desejo e depois dividir pela raiz quadrada da diferença da minha culpa pelo meu cansaço. Considerando todas as chaves, colchetes e parênteses eu sei que o sinal do resultado ia ser positivo.
Ou então queria conseguir colocar em palavras os meus sentimentos. Seria um poema bem simples, ou uma crônica divertida. Dependendo da situação uma poesia rebuscada com palavras decifráveis só com ajuda do dicionário e dessas que a gente só entende depois de ler umas cinco vezes.
Ou, por último, eu poderia tentar colocar em gestos o que eu sinto. Seria muito carinho. Passar a mão no seu cabelo e na sua boca. Seria beijar a sua boca e te abraçar muito forte. Seria deitar de colher com você e não sair nunca mais de lá.

segunda-feira, abril 17, 2006

i´m miserable

Eu não posso negar que estou sofrendo. Não dá, por mais que eu não queira admitir, há em mim um corte profundo que sangra. Eu queria mesmo sofrer tudo de uma vez mas não consigo estancar meu sofrimento. O sangue brota do meu coração machucado e escorre pelo meu peito. Já tentei de várias formas acabar com isso. Eu já chorei, dormi, vomitei, me diverti, ocupei minha cabeça com outras coisas e até possíveis outros amores mas eu acabo sozinha sofrendo todas as noites.
Mas agora, eu acho, descobri o que me falta! Felicidade. A minha ou a sua. As duas juntas seria perfeito, mas se viesse uma só de cada vez já estava de bom tamanho. Eu preciso ser, ou que você seja feliz.

domingo, abril 16, 2006

Beiras!!!! 40 anos! vamos bebemorar!

É bem quando eu termino mais um copo de cerveja, aquele último que foi bebido mais rápido pra que eu – quem sabe embriagada- consiga me livrar um pouco da minha realidade.
A verdade me cutuca a toda hora, a realidade me atormenta e minha paciência vai queimando junto com o cigarro que descansa no cinzeiro cheio.
Eu não agüento mais esperar, não agüento mais as mesmas coisas e sentimentos. Não agüento mais as gargalhadas sinceras e os sorrisos falsos. Não agüento mais as contas divididas igualmente por quinze pessoas que no caminho pra casa vão estar falando mal umas das outras.
E eu não agüento mais dormir sozinha. Desce, então uma saideira, que essa eu vou virar.

sábado, abril 15, 2006

...

It still hurts...

quarta-feira, abril 12, 2006

boa viagem

Vai e leva contigo um pedaço do meu coração. Vai e me deixa aqui, sangrando, sem dó. Vai, que eu preciso aprender a viver sem você por aqui. Vai, que aqui quietinha eu vou ficar pensando em você. Vai, e lembra de mim enquanto estiver lá. Pensa no beijo. Vai com Deus e com cuidado e volta direitinho. Boa viagem!

a quatro mãos

Era bela a criatura que à noite eu conheci
Eram pretos seus cabelos que na noite eu não vi
Andando pelo breu em silêncio e tristemente
Não saberia o que estava por vir, de repente
Não saberia se era brisa ou tempestade
Se seriam boas intenções ou só maldade
Seus pensamentos desconexos
Seus sentimentos inquietos
Só lembrava o próprio nome que começava com C
Mas na verdade o desejo era de fato esquecer
Esquecer de tudo que a remeta àquela lembrança ruim
Só o fato de existir já lhe causava uma dor sem fim
Queria jogar-se em meus braços sem medo de cair
Seu semblante e seus traços pareciam mentir
Quando percebeu que nada haveria de mudar
Concluiu que não lhe restava nada senão se matar

domingo, abril 09, 2006

um brinde

Hoje, meus amigos, eu quero propor um brinde às coisas simples! Um brinde a um dia tranqüilo, a uma comida gostosa, a uma música que a gente não escuta há muito tempo. Queria brindar às crianças brincando até ficarem parecendo uns porquinhos felizes com as bochechas rosadas e as bocas lambuzadas de chocolate. Um brinde a uma cerveja bem gelada – brindemos com ela!
A um cafuné espontâneo, a um coração que dispara e dá frio na barriga. Vamos brindar aos bolos de chocolate e a um ou dois dias de saudade, não mais do que isso. Um brinde ao momento em que se mata a saudade e que se faz as pazes.
Um brinde a um beijo na boca bem dado, a uma noite bem dormida e a um sonho bom.

domingo

É no domingo que tudo fica pior por que sozinha eu sou todos os dias, mas no domingo eu sou mais. No domingo, o dia se arrasta. Parece que tudo fica mais preguiçoso, mais quieto e eu mais sozinha. No domingo eu não tenho saco, não tenho paciência. E sou mais sozinha.
Era pra ser no domingo que eu passaria toda a manhã na cama, mas não sozinha.
No domingo eu almoçaria alguma coisa bem gostosa e iria ao cinema a tarde. Tomaria um sorvete ou um café.
Ou então, clube pela manhã, muito sol, papo animado. Um cochilo comprido à tarde com direito a muito carinho, um banho a dois, jantarzinho e amor. Amor sem fim.
Ah, mas hoje eu estou me sentindo tão sozinha!

sábado, abril 08, 2006

lua vermelha

Deito com as pernas encolhidas e os pés pra fora do cobertor. Os livros na cômoda estão implorando para serem lidos. Muitas informações empilhadas. Mas eu não tenho tempo de ler. Preciso escrever, assistir a alguma notícia e dormir.
Meu travesseiro, baixo demais na minha opinião, precisa da ajuda de uma grande almofada no formato de uma lua vermelha pra sustentar a minha cabeça repleta de pensamentos. Pensamentos aleatórios, pensamentos sem fim. A televisão joga informações necessárias em meus ouvidos e eu não consigo entender nada. Só os pensamentos ocupam a minha cabeça pesada apoiada na almofada de lua em cima do travesseiro. Com minhas pernas encolhidas e os pés pra fora do cobertor.

quarta-feira, abril 05, 2006

sono

Eu preciso dormir pra ver se acabo com esse meu sono sem fim.
Mas bem agora que eu enfim me deito, meus pensamentos não se aquietam. Eles pulam dentro da minha cabeça e obrigam a minha mão buscar a caneta pra escrever coisas sem nexo.

terça-feira, abril 04, 2006

nada

Está errado! A frase correta não é “eu não tenho medo de nada” na verdade Nada me amedronta, me apavora, me entedia e perturba.
Não sei se é pior, mas tão ruim quanto Nada é a perspectiva de Nada. Que angústia que dá! Que desespero se nada acontecer. Nada acontece e nada parece querer acontecer.
Eu preciso de sentimentos, de acontecimentos. Tenho muito o que fazer! Tenho ainda muito amor profundo pra dar, muito carinho pra receber. Tenho horrores pra estudar e muito mesmo pra aprender. Mas e se nada acontecer? O que eu faço com todo o amor que eu tenho, que eu definitivamente não economizei e por isso sobrou, mas que brota de mim como que água da fonte? Como eu vou conseguir fechar meus olhos, esvaziar a minha mente e dormir se nada me deixar receber carinho? E se por causa de nada eu não estudar? Como é que eu vou fazer pra aprender?
O que eu faço com esse tanto de energia parada em mim? Eu sou geradora de energia, se encostar em mim uma lâmpada, ela acende. Estou radioativa e perigosa!
Em qualquer momento esse marasmo vai provocar um vazamento de energia e vai acabar assustando muita gente, causando uma tragédia, destruição em massa.Eu vou logo me preocupar comigo, antes que nada aconteça.

segunda-feira, abril 03, 2006

assim sou eu

Assim sou eu. Dormindo espalhada na cama e de meias coloridas, sem roupa nenhuma pra não me enforcar e com três cobertores pra não congelar.

Assim sou eu. Trabalhando até um pouquinho mais tarde pra descansar e ouvindo uma música bonita pra desestressar.

Assim sou eu. Escrevendo sem pensar, lendo sem chorar e dormindo sem sonhar.

Assim sou eu. Procurando alguém pra amar, mas sem querer me esforçar, nem a minha vida mudar.

Assim sou eu. Que espero você me ligar e nem vejo o tempo passar se estamos a nos beijar.

Assim sou eu. Dormindo. Trabalhando. Escrevendo. Procurando. Beijando.