quinta-feira, março 22, 2007

quantas

Quantas luas eu vi hoje nesse céu de estrelas que tremem e piscam e fogem dos meus dedos que as querem contar?
E quantos eram mesmo aqueles pássaros grandes e negros que planavam ao redor de uma torre alta como se hipnotizados ou atraídos por uma radiação ou um ímã?
Quantas pessoas vieram na direção contrária, como que peixes contra a correnteza do rio para desovar, na saída do metrô, quando uma onda de gente distraída e com pressa anda sem olhar para os lados?
Quantas, das milhões de vezes que o meu pensamento foi te buscar, ele te trouxe de volta ou pelo menos chegou em um momento em que você pensava em mim?

segunda-feira, março 19, 2007

segunda feira

Como disse uma vez uma poetisa que eu tenho o prazer de conhecer, hoje amanheceu segunda feira. Mas não pra mim.
Era segunda feira para todos os outros e eles saíam pra trabalhar ou estudar, a maioria deles com aquela cara de segunda feira, aquela mistura de preguiça com ressaca...mas pra mim amanheceu sábado com um sol suave e uma brisa gostosa. E eu ainda ganho um presente. Um presente de sábado. Com aquele cheiro de sábado, cheiroso. Aquele som de sábado e aquela sensação que todo sábado sonha em proporcionar. E depois de um dia com a pele linda e o sangue fino eu anoiteci segunda feira. Anoiteci a melhor segunda feira dos últimos tempos.

sexta-feira, março 09, 2007

futuro

Queria saber a direção que eu estou indo a cada passo que eu dou na minha vida. O que será de mim no futuro? Qual vai ser a minha situação daqui a dois, cinco, dez, vinte anos? Eu vou ser feliz?

Por que ultimamente eu tenho entrado numas de não me preocupar com o futuro e viver intensamente o presente – o que eu acredito ser uma excelente idéia – mas será que minha vida vai conseguir se encaminhar para um futuro razoável?

É que eu fico com medo de estar deixando tudo correr muito solto. Não me preocupo com meu crescimento profissional. “Quero ser analista sênior” é o que todos ouvem de mim enquanto eu vejo meus amigos se formarem e estudarem para concursos melhores. Mas eu não quero ser nada além de uma bancária que talvez, num futuro próximo, tenha tempo e oportunidade de estudar física só pra adquirir conhecimento e talvez cantar e escrever um pouco. Isso parece tão pleno pra mim, mas todas as outras pessoas dizem ser pouco. Que eu devia buscar mais. Será que só eu estou certa?

Tento criar meu filho como se ele fosse um amigo pequeno que precisa de um pouco mais de cuidado que os outros. Tento conversar com ele da forma como eu converso com os meus amigos por que meu maior desejo é que no futuro ele seja meu amigo. Mas eu tenho medo que ele sinta falta de uma mãe. Eu não sei ser mãe. Ainda não consegui aprender e admito ser isso uma fraqueza grande. Mas confesso que me acomodei por que minha mãe e irmãs fazem para o Vi o papel de mãe que eu não consigo fazer. No futuro ele vai me cobrar isso? Cobrar por não ter tido mãe nem pai?

E tenho medo também de acabar a minha vida sozinha. Sem encontrar um “sapato velho pro meu pé cansado”. Sei que ainda sou muito nova e tenho muito tempo até que comece o fim da minha vida, mas com esse medo de comprometimento que eu tenho as vezes eu acho que vai ser sim, sozinha o meu fim.

Preciso me convencer a começar a pensar um pouco no futuro. Há de ser possível fazer isso sem deixar de viver intensamente o presente. Vou tentar. Tentar pensar em 6 meses pra frente, acho que é um bom começo! Tentar parar de fazer planos subjetivos e começar a me programar mais. Mas acontece que é tão difícil encarar esse medo. Estamos falando do futuro. Aquele que só a Deus pertence. Que medo! Por que eu não fico logo quietinha aqui no meu presente? Droga, comecei de novo...

sexta-feira, março 02, 2007

Tudo parece vazio quando se faz comparação com o que já passou.

Lembranças...

De tudo, o que resta é memória.

Tantos dos meus amores que duraram para sempre e já passaram. Mas foram eternos! E estão na memória. Na lembrança e no nada.

No que já acabou, no que, sabe lá se ainda está por vir.

E volta a ficar oco e vazio.

E só

quinta-feira, março 01, 2007

sorry

Me desculpa! Hoje eu realizei o quão afoita eu tenho sido. Sua presença me faz bem e eu, como uma ariana desmesurada que sou, a quero em exagero. Às vezes eu sou meio devagar mesmo pra sacar as coisas e por isso te peço desculpas.
Me desculpe pelas vezes – mas também não imagino que tenham sido tantas assim – que a minha ânsia pelo transbordamento da sua carne te obrigou a pensar em desculpas e formas gentis de me contrariar, sem me magoar. A minha ansiedade que é muito grande, mas aos poucos eu estou colocando as coisas no lugar e eu, mulher madura que sou, vou controlar essa minha gula de você.