terça-feira, setembro 19, 2006

triste

Eu estou triste. Definitivamente estou. Com uma tristeza sem fim. Mas é sem fim e sem um começo também. Eu estou com uma tristeza despropositada. Sem pé nem cabeça. Mas é uma tristeza que não vai embora, que insiste.Eu fico triste por que tenho sono, mas não quero perder tempo dormindo. Fico triste por que eu não leio, mas não quero ficar acordada até tarde. Fico triste trabalhando onde eu estou, mas sei que não poderia ter um lugar melhor pra mim agora. Fico triste por ter que andar de metrô, mas não iria de carro pro trabalho, nem se eu tivesse um. Fico triste quando não saio com meus amigos, mas tenho uma vontade enorme de descansar. Fico triste por saber que preciso me afastar um pouco, sabendo que poucas coisas no mundo me dão maior prazer do que estar próxima. Fico triste por causa de um comichãozinho que me dá no peito quando eu penso em amor, mas sei que eu preciso matar o que eu sinto. Fico triste quando vejo que eu estou conseguindo matar o que eu sinto. Eu sinto uma saudade, talvez, dos planos loucos que eu fiz. Me sinto triste pela amizade que eu perdi. Triste pelas palavras mal trocadas. Bom dias amargos. Me entristece saber que meu nome gera sentimentos ruins nas pessoas, embora eu saiba que ele também gere bons sentimentos. Me dá preguiça ter que explicar o que eu sinto, o que eu quero dizer. Fico triste quando não me entendem. Tinham que me entender sem mesmo eu ter que falar, mas não, nem quando eu explico, quando eu detalho, não adianta, não entendem. Fico triste por que eu não emagreço nem com a dieta mais xiita que já se ouviu falar, mas nem cogito a possibilidade de fazer algum exercício físico. Fico triste quando eu estou num bad hair day, mas não quero fazer nada a respeito. Fico triste de ter a obrigação de me sentir feliz, afinal tenho uma casa, uma família feliz, meu empreguinho e saúde, mas eu não me sinto plena e realizada com isso. Mas não quero fazer muito esforço pra me sentir plena e realizada de qualquer forma... Fico triste de ter uma saúde de ferro e torcer pra pegar um rotavírus ou torcer um pé só pra faltar no trabalho e poder descansar em casa. Fico triste de ter que me preocupar com rugas, manchas na pele e articulações enferrujadas por causa da idade, mas o tempo é cruel e acelera cada vez que eu penso nisso. Me entristece até o fato de eu querer exatamente o único incenso que eu não tenho, dos milhões que eu tenho, pra poder tentar meditar. Me entristece a minha falta de concentração, não consigo nem meditar, bons tempos aqueles em que eu conseguia. Fico triste o tempo todo, fico triste quando eu percebo que não passa de estar contente cada sorriso que eu dou. Fico triste mais ainda de perceber que a minha tristeza está dentro e que não há nada de fora que cure. Eu só ficaria contente. Fico triste por não ter mais 17 anos, por ter alisado os meus cabelos que eram tão lindos enroladinhos, por não querer aprender nada da faculdade, por não caber mais naquela calça que nunca tive coragem de jogar fora por que era a calça do parâmetro, por não poder pensar em ninguém quando eu ouço uma música bonita ou vejo um céu com muitas estrelas, por ter pouco dinheiro, pouco tempo. E a minha tristeza não vai embora e quanto mais triste eu fico, mais triste eu fico. Eu estou presa aqui. Não tem saída. Não tem pé, não tem cabeça. Não tem início, não tem fim. Não tem por quê nem pra quê.

segunda-feira, setembro 11, 2006

E pra acabar com a verborréia de hoje...

Sempre esteve claro, mas eu nunca quis mesmo ver.
Estava claro quando era diversão pura, enquanto ninguém se envolvia. Estava claro quando saiu do controle e eu me envolvi. Vinha muito mais de mim, eu sei, esteve claro.
Estava claro quando você me queria por instinto e quando você se arrependia pela manhã.
Sim, sempre esteve claro pra que se - e somente se - eu quisesse, eu pudesse ver. Mas eu nunca quis.
Eu sim, deixei claro sempre tudo o que eu quis e senti. Fui sincera - como sempre sou - desde sempre. O problema é que isso assusta. As pessoas não sabem lidar com sentimentos de outras pessoas quando eles estão lá, sinceros e expostos.
Não é culpa de ninguém.
É como a situação evoluiu.
É a causa do silêncio e a conseqüência do erro. Do meu erro. O erro de me envolver.
Não há mais nada a ser fazer.
O que eu não queria ver ver foi aos poucos aparecendo de forma permanente na minha frente, sem a menor possibilidade de volta.
Agora, aprenda com isso, Juliana. Mais uma vez você tem essa chance. A chance de aprender. E agora? o que você vai fazer com ela, hein, Juliana?

A arte de ouvir um Não

Tem horas que tudo que a gente quer na vida é um sim! Ou vários Sins. A gente quer sim o tempo todo, mas às vezes vem um não. E eu tenho dificuldade em lidar com um não.
Por que, me diz, o que se faz com um não? Pior ainda é quando a gente ganha um não quando tinha certeza que lá ia sair um sim.
Eu posso aceitar um não, abaixar a minha cabeça, botar o rabinho entre as pernas e desistir.
Posso também fingir que não ouvi o não, e continuar insistindo.
Ou eu posso simplesmente não aceitar o não e lutar contra ele com todas as minhas forças, mas é bom que eu saiba que são raras as vezes que o não vira um sim. E que um não, às vezes quer dizer talvez, às vezes quer dizer até sim, mas na maioria absoluta das vezes quer dizer não mesmo.
Eu, definitivamente, preciso aprender a ouvir não, se eu não quiser continuar me machucando...
Não é não. E ponto final.

A arte de dizer não

Da forma como as coisas andam ultimamente, a gente passa a dar valor a umas coisas muito pequenas e aparentemente sem importância.
Nós precisamos, o tempo todo, ser aceitos na sociedade e para isso precisamos agradar. Agradar significa não contrariar. Não dizer não. Nunca dizer não. Por isso não se diz não. se diz "acho que não", "não sei", "não tô muito afim", "vamos ver".
Em qualquer relacionamento isso acontece. Patrão e empregado, entre namorados, amigos e amantes. O não é uma coisa muito forte. Um não finaliza o assunto, é um ponto final sem volta e por isso as pessoas evitam dizê-lo.
É triste. Um não quase sempre é triste. Por que tudo que acaba é triste.
Porém, o não é necessário. Sem o não, às vezes a gente não consegue deixar claro o que quer dizer.
Quando não é pra ser, não.
Quando não tô afim, não.
Quando por algum motivo eu não posso, não.
Eu preciso aprender a dizer não.

terça-feira, setembro 05, 2006

Queria ser amante

Andei pensando bastante sobre isso ultimamente. Como é bom ser amante. Ser amante no sentido literal da palavra: um ser que ama, que faz por prazer. E por que não também ser amante no sentido figurado (diria quase literal, literal e metaforicamente) que também é muito bom. Eu faço parte de uma comunidade do orkut (aquele lá mesmo) que tem esse título, "eu queria ser amante" onde discutimos as grandes vantagens e desvantagens do sobre esse tema, e chego a conclusão agora, que o grande lance é ser amante. Pode ser amante do próprio namorado desde que seja amante.
Todo mundo sonha um dia em ser (perceba que eu digo ser, e não ter) amante. Amante é o desejo adormecido dentro de cada um de nós... Ser amante rules!!! Vou citar uma resposta a um tópico do fórum, que vale a pena e ilustra bem esse meu desejo...

Se eu fosse amante... 15/07/2004 05:59 Amante sempre atende telefone com uma voz sedutora. Amante sempre deixa recados insólitos na caixa postal. Amante sempre, sempre leva pra comer em lugares exóticos (restaurante, por exemplo). O amante nunca vai te convidar pra sair numa sexta-feira, ou pra ir àquele show nojento cheio de meninos de 14 anos. O amante nunca vai te levar ao shopping no domingo em que você quer passar o dia na banheira. O amante vai te esperar no frio da madrugada até que você apareça, e nunca vai reclamar da sua demora. Ele não vai reclamar das suas estrias, nem vai discutir as contas a pagar. O amante no fundo, no fundo, queria que você o usasse sem dó, mas isso já seria pedir de mais. E o amante nunca pede demais...

Mas será pedir demais ser amante??? eu quero ser amante!!!!

Serve pra quem quiser que sirva, ok?