quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Noite vermelha (01/08/2007)

Foi essa noite que você esteve aqui.
Disso eu tenho certeza. O que eu ainda não consigo distinguir bem é se, na hora que você esteve presente, eu estava dormindo ou acordada.
Foi o cheiro da sua pele que eu senti. Disso eu tenho certeza. Foi o seu braço que me abraçou. Foi a sua mão que me apertou. Definitivamente foi.
O gosto era o da sua boca. O som era o da sua voz. Eu sei. Eu sei também que não me espantei com a sua chegada, como se ela fosse esperada, por alguma razão. Talvez por que a sua presença em meu pensamento tenha se tornado tão constante. De alguma forma eu sabia que você viria. E sabia que seria tudo como eu queria. E como eu queria era exatamente como você queria e por isso foi perfeito. Foi completo. Pleno.
Nada sobrou e nem faltou. Dessa vez, nessa noite nada e nem ninguém nos interrompeu. Tivemos o tempo que desejamos. E foi bom por que a gente se bastou. Nossas presenças se completaram.
Eu sei que você esteve ali. Bem ali, comigo. Na minha cama. Não sei ainda se foi um sonho de quando eu dormia ou se foi o sonho de quando eu ainda estava pensando nas coisas que eu quero. E eu quero igual o que aconteceu nesse sonho. Igual a essa noite. Noite que embora fria, deu calor. Quente meio vermelho! Vermelho de uma paixão que talvez eu tenha criado, talvez tenha sonhado e bem provavelmente tenha querido.
Você esteve aqui essa noite e bem podia voltar mais uma vez. Ou duas... ou três... ou dez ou mil. E podia vir de verdade e pintar mais uma vez, de vermelho, a minha noite.

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