quinta-feira, junho 28, 2007

igual

Todo dia era sempre a mesma coisa. Aquela rotina batida, vida automática. O que mais me angustiava nem era a rotina em si, mas a falta de perspectiva de mudança. O medo de nunca, nada se tornar diferente. Mas acontece, que eu também tinha medo de mudar. Eu tinha tanto medo de mudança que comprava sempre o mesmo xampu, o mesmo creme, o mesmo perfume, as mesmas calcinhas na mesma loja. Quando ia para o seu trabalho, entrava todo dia no mesmo vagão do metrô. Encontrava lá as mesmas pessoas, o que a fazia crer que não era só eu que fazia as coisas do mesmo jeito sempre. O mesmo café da manhã, o mesmo almoço, as mesmas piadas, as mesmas conversas. O mesmo trabalho, discussões e brigas. A volta pra casa igual. O banho igual e o sono igual. Ela chegou a sonhar igual. Tudo igual.
Mas aí, tudo mudou.

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