Naquele dia ela pensou nele um pouco mais do que pensava normalmente.
Em alguns momentos chegou a sentir seu cheiro. Noutros sentiu seu gosto.
Ela estava lá, pensando em alguma coisa qualquer e de repente – PÁ – lá estava ele no seu pensamento.
Pensou nos seus olhos e como eles invariavelmente fogem dos dela.
Pensou muito na sua mão grande e bonita e forte e no seu braço que ela adora.
Pensou nas suas costas, nos seus pés, nos seus cabelos, barbas e bigodes.
As vezes tinha até certeza das reações que ele teria diante de algumas situações.
Pensou na voz dele. Na diferença de tom de quando ele falava de uma coisa qualquer pra quando ele sussurrava no seu ouvido.
Ela pensou como seria bom se ele estivesse ali por algumas horas do seu dia.
Pensou se ele também estaria pensando nela. Se estaria se lembrando de seu gosto, do cheiro, do cabelo, corpo, mãos, pés...
Pensou se ele em algum momento do seu dia cogitou sua presença. Ou se ele pelo menos quis falar com ela só pra ouvir sua voz.
Ela sabia, tinha consciência de que podia ser tudo coisa apenas de sua cabeça. Que ele poderia ter passado todo o dia ocupado com outras coisas e pessoas e não ter sequer passado seu pensamento por ela.
Sabia também que a qualquer momento ele poderia não mais voltar; o que de certo não a faria morrer mas fatalmente a deixaria muito triste.E naquele dia, depois de muito tempo, ela achou a sua cama grande demais, o tempo frio demais e a noite longa demais
sábado, março 25, 2006
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