segunda-feira, junho 05, 2006

rimando (?)

E é tão difícil acordar
Depois de uma noite mal dormida
Fritando nos lençóis da cama
De um lado para o outro
Sem parar de pensar.

Mas na hora devida
O despertador me tira dali
E me força a encarar a lida
Que começa mais um dia
Sem querer saber como eu dormi.

É duro abrir os olhos
E saber o que vem pela frente
Abro a janela, desligo o ventilador
Ligo a TV e tomo um banho quente
Que é pra ver se eu me animo

De banho tomado, agora tão fresquinha
A vontade é de deitar de novo
E dormir, por que o sono
Que fugiu de mim a noite toda
Agora teima em vir

Mas é preciso que eu vá
Tem café pra eu tomar
O ônibus pra eu pegar
Minhas coisas pra fazer
E há de dar tempo de voltar

Voltar e pensar em você
Olhando suas fotos e lendo suas cartas
Sentindo o seu perfume e
Ouvindo aquela música
Que um dia ouvi você me ofertar

Mas não adianta por que você está longe
O que eu queria era beijar a sua boca
Passar a mão no seu cabelo
E ouvir de você mesmo
Que nunca deveria ter ido.

Que se arrepende absurdo
Que desaprendeu a viver sem mim
Que não consegue passar pelo mundo
Nesse tormento sem fim
De viver na solidão, assim

Mas quando eu dou por mim
Estou de novo sozinha na cama
Com o pranto brotando no fundo
E explodindo pelos meus olhos
Rolando pelo meu rosto

As lágrimas escorrem como um rio
Que tem um leito certo
Mas na hora de desaguar
Não encontra o mar por perto
E fica perdido a esmo

Ciente da minha condição
Ponho-me a escrever
Somente coisas do coração
Até a minha mão doer
E chega. Hora de dormir

Tomo um comprimido (daqueles cor de rosa)
Podia ser até pra me alegrar
Mas eu nem espero tanto
Só quero dormir sem sonhar
E que amanhã seja mais fácil.

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