segunda-feira, junho 26, 2006

conversa fiada

Passava um pouco das 9 da noite naquela hora que eu abri a janela. Não agüentava mais de tédio e calor! Sentei naquela cadeira que esta um pouco bamba, com uns parafusos soltos, e fiquei ali, olhando pra fora e pensando.
Pensei um monte, sobre um monte de coisas. Pensei no trabalho, no cansaço e no tédio. Pensei no preço da gasolina – nossa, como tá caro – por que da janela dá pra ver um posto. Pensei em comida. Engordativa. Minha janela é iluminada diariamente pelos arcos da fortuna do Mc Donald´s.
Pensei na programação de TV aberta e me irritei, de novo, com a falta de opções. Por que não passa uma novela boa??? Ou então um filmezinho triste pra eu chorar? Mas nada... chorar mesmo só vendo as notícias das tragédias que agora acontecem no atacado. Mortos se contam aos milhares, prejuízos aos bilhões, uma coisa louca.
Mas daí deu um ventinho bom, tão fresquinho que eu me desliguei da TV e olhei para o tanto de luzes acesas nas casas vizinhas e fiz uma coisa que eu adoro. Comecei a tentar imaginar cada casa. Cada casa tem uma família – ou 1 pessoa – com interesses, felicidades, preocupações diferentes das minhas, mas ao contrário de mim, não tem mais ninguém na janela, olhando a toa.
Eu gosto de ficar pensando como cada pessoa sempre reage de maneira diferente a cada coisa que acontece.
Outra coisa que eu gosto é de olhar um ônibus cheio. Cada caboclinho que está ali dentro saiu de uma casa diferente, fez coisas diferentes, está pensando em coisas diferentes e indo cada um para um destino diferente. Uns para o trabalho – todos diferentes – outros para escola. Uns vão namorar, descansar, comprar, pagar. Isso é muito massa!!! Me fascina!!
E foi sem querer que eu pensei naquela boca, naqueles braços e naquelas mãos. Chega fechei os olhos e dei até um suspiro, mas quando eu abri o os olhos eu vi uma luzinha piscando. Me deu de novo aquela esperança que eu tenho todas as vezes que isso acontece, de que a luzinha fosse um disco voador.
Ah! Se fosse um disco voador eu ia ficar tão feliz. Tão absurdamente feliz!!! Ia confirmar que não é só isso. Que não acaba aqui. Que tem muito mais. Nossa! Eu ia ficar feliz!
Mas a luzinha era um avião que estava alto demais pra me fazer sentir qualquer coisa, até medo.
Agradeci a um Deus qualquer por ser um ser pensante e fechei a janela antes que meus pensamentos fossem todos de carona com o avião. E antes de entrar algum pernilongo no meu quarto.

Sem comentários: